Formas-pensamento e a criação do universo mental

“Somos moldados por nossos pensamentos; nós nos tornamos o que pensamos. Quando a mente é pura, a alegria segue como uma sombra que nunca o deixa.”

– Buda

A mente humana é um reino vasto e misterioso, onde ideias, conceitos e imagens se entrelaçam para formar o tecido da nossa experiência consciente. Um dos fenômenos mais intrigantes nesse reino é a noção de formas-pensamento, que têm sido estudadas e exploradas por pensadores, filósofos e psicólogos ao longo da história.

Mergulharemos profundamente na complexidade desse tema, examinando suas origens, definições e implicações na saúde do corpo e da mente.

A ideia das formas-pensamento tem raízes profundas na história da filosofia e psicologia. No século IV a.C., Aristóteles, em sua obra “De Anima,” discutiu a capacidade da mente de criar imagens mentais que representam objetos ausentes.

Embora não tenha usado explicitamente o termo “formas-pensamento,” essa abordagem lançou as bases para a exploração futura desse conceito. No entanto, o conceito de formas-pensamento em sua forma contemporânea foi mais profundamente desenvolvido no final do século XIX e início do século XX.

Autores como Annie Besant e C.W. Leadbeater exploraram essa ideia em detalhes, especialmente em sua obra conjunta “Pensamentos Formas” (1905), que se tornou uma referência importante na literatura esotérica.

As formas-pensamento são, em essência, entidades energéticas e invisíveis criadas pela mente humana, seja no plano físico ou espiritual, para representar ideias, emoções e conceitos. Essas formas podem ser simples ou complexas, e são moldadas pela intenção, emoção e foco da mente que as cria.

Além da literatura esotérica, essa ideia também encontrou eco na psicologia contemporânea. Carl Jung, por exemplo, abordou o conceito de “complexos” como formas-pensamento que representam conflitos emocionais e psicológicos.

Ele argumentou que essas complexas estruturas mentais exercem uma influência poderosa sobre o comportamento humano e podem ser exploradas e compreendidas através da análise.

As formas-pensamento têm implicações profundas em diversas áreas da vida humana. Nossos pensamentos podem criar entidades energéticas no plano espiritual, que influenciam nossa realidade interferindo no plano físico.

Na psicologia, o reconhecimento das formas-pensamento pode ser valioso para a compreensão de padrões de comportamento, traumas, doenças variadas e complexos psicológicos. A terapia cognitiva e a terapia de exposição são algumas das abordagens que exploram como a reestruturação cognitiva pode ajudar a lidar com formas-pensamento prejudiciais.

Além disso, nas áreas da física quântica e da neurociência, as formas-pensamento têm sido objeto de debate e pesquisa. Alguns teóricos sugerem que a mente humana pode ter um papel na criação da realidade, e que a observação consciente pode influenciar os resultados de experimentos quânticos.

Embora isso seja uma área de estudo em evolução, levanta questões intrigantes sobre a relação entre a mente, a consciência e o mundo físico.

As formas-pensamento são um tema complexo que tem sido explorado em diversas tradições e disciplinas ao longo da história. Desde as antigas filosofias gregas até as teorias psicológicas modernas e as especulações da física quântica, essa ideia continua a intrigar e desafiar nossas concepções sobre a mente e a realidade.

Independentemente das crenças pessoais de cada um, a exploração das formas-pensamento serve como um lembrete do poder e da complexidade da mente humana, bem como das inúmeras maneiras pelas quais ela molda nossa experiência e compreensão do mundo.

Corpo, mente espírito

Allan Kardec, o pioneiro do Espiritismo, definiu o termo “espírito” em suas obras, incluindo “O Livro dos Espíritos” (1857). De acordo com Kardec, um espírito é um ser imaterial, dotado de inteligência e vontade, que existe fora do corpo físico.

Os espíritos são seres conscientes que podem interagir com o mundo dos vivos, após a morte do corpo físico, continuam a existir em estado espiritual.

Allan Kardec definiu o “perispírito” como o envoltório fluídico e sutil que reveste o espírito, atuando como uma espécie de elo entre o mundo espiritual e o mundo material. Segundo Kardec, o perispírito é uma estrutura fluídica, uma espécie de corpo espiritual que acompanha o espírito ao longo de sua jornada, sendo responsável pela comunicação e interação entre o mundo espiritual e o plano físico.

O perispírito é considerado a forma intermediária entre o espírito e o corpo físico, sendo responsável por moldar a aparência espiritual do indivíduo, bem como permitir que ele se manifeste no plano terreno.

Durante a vida, o perispírito está intimamente ligado ao corpo físico, mas após a morte, ele se separa do corpo, permanecendo com o espírito em sua existência no mundo espiritual.

O estudo do perispírito é fundamental para a compreensão da natureza da vida após a morte e das interações entre os mundos espiritual e material. Segundo Allan Kardec, o perispírito guarda as energias, boas ou más, criadas pela mente do indivíduo.

O Espírito André Luiz, em uma série de obras psicografadas por Chico Xavier, ofereceu insights valiosos sobre o tema das formas-pensamento.

Essas obras fazem parte do conjunto conhecido como a “Série André Luiz,” que inclui livros como “Nosso Lar,” “Os Mensageiros,” e outros. André Luiz, que descreveu suas experiências no plano espiritual após sua passagem para o outro lado da vida, abordou as formas-pensamento como entidades energéticas que são criadas pelos próprios pensamentos e emoções dos seres humanos.

Essas formas-pensamento são vivas e dinâmicas, possuindo uma existência própria no mundo espiritual. Elas podem ser tanto benéficas quanto prejudiciais, dependendo da natureza dos pensamentos que as originam.

André Luiz enfatiza que os pensamentos negativos, como raiva, ódio, inveja, medo e sentimento de culpa, podem dar origem a formas-pensamento sombrias e prejudiciais, que podem influenciar a saúde física, mental e o bem-estar espiritual.

Por outro lado, pensamentos de amor, compaixão e bondade podem criar formas-pensamento luminosas e benéficas, contribuindo para o crescimento espiritual e o bem-estar.

Além disso, André Luiz destaca a importância da oração e da meditação como meios de purificar a mente e dissipar formas-pensamento prejudiciais. Ele também enfatiza a responsabilidade individual na criação e no gerenciamento dessas formas, destacando que cada indivíduo é o construtor de seu próprio mundo mental.

As obras psicografadas por Chico Xavier, através do Espírito André Luiz, oferecem uma perspectiva esclarecedora sobre o poder das formas-pensamento na esfera espiritual e como elas podem afetar a vida das pessoas. Esses ensinamentos enfatizam a importância do autocontrole, da vigilância sobre os pensamentos e emoções e do cultivo de uma mente positiva para promover o bem-estar espiritual e emocional.

Sobre a lei de murphy

A Lei de Murphy é um adágio ou axioma que descreve a tendência das coisas a darem errado no pior momento possível. Ela é frequentemente expressa da seguinte forma: “Se algo pode dar errado, dará.”

A Lei de Murphy sugere que, se existe a possibilidade de algo sair mal, é provável que isso ocorra, muitas vezes de maneira inesperada ou irônica. Essa lei é frequentemente usada de maneira humorística para descrever situações em que acontecem contratempos ou falhas imprevistas.

A Lei de Murphy reflete a percepção de que eventos infortunados ou imprevistos tendem a ocorrer em nossas vidas, muitas vezes quando menos esperamos.

A relação entre a Lei de Murphy e as formas-pensamento é uma conexão do mundo físico com o espiritual. Podemos explorar como a criação de formas-pensamento por meio de nossos pensamentos e expectativas pode influenciar a percepção da Lei de Murphy.

  1. Expectativas negativas e autorrealização: Se alguém tem expectativas extremamente negativas ou pessimistas em relação a uma situação, isso pode criar uma forma-pensamento negativa que afeta a maneira como a pessoa percebe e interpreta os eventos. Essa perspectiva negativa pode, de fato, atrair ou criar circunstâncias que correspondam às expectativas pessimistas, o que se assemelha à ideia subjacente da Lei de Murphy.
  2. Atração de eventos indesejados: A ideia da Lei de Murphy frequentemente envolve a atração de eventos indesejados ou azarados. Se alguém mantém uma mentalidade constantemente negativa e se concentra nos aspectos desfavoráveis da vida, isso pode criar um campo energético de pessimismo que pode atrair ou criar situações que parecem confirmar a Lei de Murphy.
  3. Autossabotagem: Se alguém acredita fortemente na Lei de Murphy e espera que as coisas deem errado, isso pode resultar em autossabotagem. A criação de formas-pensamento negativas, que refletem essa crença, pode levar a decisões e ações que aumentam a probabilidade de eventos indesejados.

Acompreensão de como nossos pensamentos e crenças têm o poder de influenciar nossa experiência da realidade é um conceito fundamental que encontra respaldo tanto na psicologia quanto na filosofia da mente.

Portanto, a criação de formas-pensamento positivas e o cultivo de uma mentalidade otimista constituem meios essenciais para reduzir a ocorrência de eventos negativos em nossas vidas.

As práticas de mentalização positiva são técnicas que envolvem a visualização e o foco em pensamentos, crenças e imagens positivas com o objetivo de promover bem-estar emocional, aumentar a confiança e, potencialmente, influenciar resultados positivos na vida.

Aqui estão algumas das práticas de mentalização positiva mais conhecidas:

  1. Afirmações positivas: Afirmações são declarações curtas e positivas que descrevem uma realidade desejada. Os praticantes repetem essas afirmações regularmente para reforçar pensamentos e crenças positivas. Exemplos incluem: “Eu sou capaz de superar desafios” ou “A cada dia, me sinto mais saudável e mais forte.”
  2. Visualização criativa: Avisualização criativa envolve a criação mental de imagens vívidas e detalhadas de metas ou desejos específicos. Os praticantes imaginam-se alcançando esses objetivos, experimentando sucesso e felicidade. Essas imagens mentais positivas ajudam a fortalecer a crença na capacidade de realização.
  3. Quadro de visão (Vision Board): Um quadro de visão é uma ferramenta física ou digital onde você reúne imagens, palavras e objetos que representam seus objetivos e desejos. Visualizar regularmente seu quadro de visão pode servir como um lembrete constante de seus objetivos e inspirar pensamentos positivos e ações direcionadas a alcançá-los.
  4. Meditação de apreciação: A meditação de apreciação envolve dedicar um tempo para se concentrar nas coisas que você valoriza e aprecia em sua vida. Isso pode ajudar a cultivar sentimentos de gratidão e positividade, além de afastar pensamentos negativos.
  5. Cartas para o futuro: Escrevercartas para si mesmo no futuro descrevendo as metas que você deseja alcançar e as qualidades que deseja desenvolver é uma forma de mentalização positiva. Essas cartas servem como lembretes motivacionais que podem ajudá-lo a manter o foco em seus objetivos.
  6. Exercícios de autoafirmação: Esses exercícios envolvem a identificação e a substituição de pensamentos autocríticos por pensamentos de autoafirmação. Por exemplo, substituir “Não sou bom o suficiente” por “Sou valioso e capaz.”.
  7. Prática de gratidão: Regularmente,escrever em um diário as coisas pelas quais você é grato pode ajudar a direcionar o foco para aspectos positivos de sua vida. Isso é conhecido por melhorar o bem-estar emocional.
  8. Técnica de espelhamento: Nessa técnica, você se olha no espelho e faz afirmações positivas a si mesmo, como se estivesse recebendo elogios de um amigo. Isso pode aumentar a autoestima e a autoconfiança.

Essas práticas de mentalização positiva têm o potencial de melhorar o estado de espírito, aumentar a autoconfiança e até mesmo influenciar resultados positivos em sua vida. É importante lembrar que essas práticas funcionam melhor quando são adotadas de forma consistente e incorporadas em sua rotina diária. Além disso, elas podem ser complementares a outros métodos terapêuticos e de autodesenvolvimento.

Neuroplasticidade, a fascinante capacidade do cérebro de se reinventar.

O cérebro humano é um órgão notável, uma obra-prima da natureza com sua complexidade e infinitas possibilidades. Uma das características mais impressionantes desse órgão é a sua capacidade de se reorganizar e se adaptar em resposta a estímulos e experiências.

Esse fenômeno é conhecido como neuroplasticidade e tem sido objeto de fascínio e estudo para cientistas e pesquisadores em todo o mundo.

A neuroplasticidade é a capacidade do cérebro de se reorganizar estrutural e funcionalmente em resposta a estímulos, experiências e aprendizado. Durante muitos anos, acreditava-se que o cérebro tinha uma estrutura rígida e que sua capacidade de mudança estava limitada à primeira infância.

No entanto, as pesquisas recentes demonstraram que o cérebro é muito mais flexível e adaptável do que se pensava anteriormente.

Os pensamentos desempenham um papel importante nesse processo, uma vez que o que pensamos e focamos pode afetar a ativação de circuitos neurais específicos e, assim, moldar a estrutura e a função do cérebro.

A neuroplasticidade pode ser dividida em duas categorias principais:

  1. Neuroplasticidade estrutural: Refere-se à capacidade do cérebro de reorganizar suas conexões neurais e até mesmo criar neurônios. Isso ocorre, por exemplo, quando aprendemos novas habilidades ou recuperamos de lesões cerebrais. A formação de novas sinapses, dendritos e axônios é essencial nesse processo.
  2. Neuroplasticidade funcional: Esta forma de plasticidade envolve a adaptação das funções cerebrais para compensar as áreas danificadas ou não utilizadas. Se uma região do cérebro for prejudicada, outras áreas podem assumir suas funções perdidas.

O poder da mente sobre o corpo é um fenômeno que tem fascinado a humanidade ao longo da história. Muitos acreditam que nossos pensamentos e emoções desempenham um papel crucial em nossa saúde e bem-estar.

A ideia de que a mente pode influenciar a cura do corpo é uma área de pesquisa em crescimento, e a neuroplasticidade desempenha um papel fundamental nessa interação intrigante.

A conexão entre mente e corpo não é apenas um conceito místico; ela é fundamentada em evidências científicas. Nossa mente e corpo estão interligados por meio do sistema nervoso, o qual inclui o cérebro e a medula espinhal.

O cérebro não apenas controla nossos pensamentos e emoções, mas também regula funções corporais essenciais, como frequência cardíaca, pressão sanguínea, sistema imunológico e muito mais.

A neuroplasticidade, a capacidade do cérebro de se reorganizar e se adaptar, desempenha um papel crucial nessa conexão. Quando estamos expostos a pensamentos e emoções positivas, o cérebro pode responder promovendo a liberação de substâncias químicas benéficas, como endorfinas e serotonina.

Por outro lado, o estresse crônico, a ansiedade e a depressão podem ativar respostas físicas negativas, afetando adversamente a saúde.

A neuroplasticidade é a chave para entender como a mente pode influenciar a cura do corpo. Ela permite que o cérebro se adapte a novas situações e experiências, moldando a forma como ele responde a estímulos.

Aqui estão algumas maneiras pelas quais a neuroplasticidade influencia a cura:

  1. Recuperação após lesões: Quando alguém sofre uma lesão, como um derrame, o cérebro pode reorganizar suas conexões neurais para compensar áreas danificadas. Essa reorganização pode levar a melhorias na função e na recuperação.
  2. Placebo e efeito nocebo: Estudos mostram que a expectativa e a crença em um tratamento podem afetar os resultados da saúde. O placebo (quando alguém experimenta melhorias após tomar um tratamento inerte) e o efeito nocebo (quando alguém sente piora devido a uma crença negativa) ilustram como as expectativas podem influenciar a neuroplasticidade e a resposta do corpo.
  3. Treinamento mental: Através do treinamento mental, como a meditação, é possível influenciar a neuroplasticidade para melhorar a resiliência, reduzir o estresse e promover o bem-estar. A meditação regular tem sido associada a mudanças na estrutura do cérebro, incluindo o aumento da massa cinzenta em áreas relacionadas à atenção e ao controle emocional.
  4. Controle da dor: A dor crônica é um exemplo de como a mente pode influenciar a percepção física. Técnicas como a psicoterapia reconstrutiva têm se mostrado eficazes na modificação da resposta à dor, ajudando os pacientes a gerenciarem-na de forma mais eficaz.

Embora a mente desempenhe um papel importante na cura do corpo, é essencial reconhecer que a cura é um processo complexo que envolve múltiplos fatores.

A abordagem holística para a saúde leva em consideração a influência da mente, emoções, pensamentos positivos, dieta, estilo de vida e tratamentos médicos, proporcionando uma visão completa do bem-estar.

A cura do corpo pela mente é uma área de pesquisa e prática que continua a evoluir. A neuroplasticidade desempenha um papel vital na compreensão de como nossos pensamentos e emoções moldam nossa saúde.

Cultivar uma mentalidade positiva, práticas de gestão de estresse e cuidar da saúde mental podem ser componentes essenciais para uma vida saudável e equilibrada. A mente tem o potencial de influenciar profundamente nossa jornada de cura e bem-estar.

Humberto Antunes Vieira

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